A Organização Nacional de Acreditação (ONA) nasce em junho de 1999, em um Brasil em constante transformação na área da saúde. Não por acaso, a instituição é contemporânea ao surgimento da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que ocorre pouco mais de dez anos após a Constituição Federal garantir o direito à saúde aos cidadãos, com a criação do Sistema Único de Saúde (SUS). Nessa época, sentíamos a imperiosa necessidade de construir um sistema de saúde mais justo, humano e, principalmente, com mais qualidade e segurança para os pacientes.
Para entender esse momento, ou parte dele, o livro “O papel da ONA na construção do sistema de saúde brasileiro” tem a humilde missão de conduzir o leitor pelos caminhos que traçamos ao construir a história da entidade. Retratar, por exemplo, o início do grande movimento em defesa da assistência à saúde mais segura. Recordar a importante atuação da Organização Pan-americana da Saúde (Opas), que firmou acordo de cooperação técnica com a Federação Latino-Americana de Hospitais e deu origem à primeira publicação sobre o tema acreditação direcionada aos países da América Latina e Caribe. Além de destacar o papel de seus autores, José Maria Paganini e Humberto de Moraes Novaes, precursores do movimento da acreditação em saúde na região.
Nesta obra, também tivemos a preocupação de reconhecer o papel dos visionários em nosso país que introduziram o interesse pela acreditação no Brasil. Profissionais da saúde que em grupos de pesquisas sediados no Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Sul e Paraná constituíram o embrião do que hoje se tornou o Sistema Brasileiro de Acreditação (SBA) e a própria ONA.
É de se destacar também, nesse contexto, o apoio do então ministro da Saúde, Carlos César Albuquerque, e Péricles Góes da Cruz, então coordenador do Programa de Garantia e Aprimoramento de Qualidade em Saúde da pasta, que muito contribuíram para o desenvolvimento do modelo de acreditação brasileiro.