Desde o começo, a ONA teve a preocupação de adaptar a metodologia de acreditação para a realidade do setor de saúde da época. A proposta sempre foi incentivar melhorias nas organizações e estimular o aprimoramento contínuo dentro de um processo de aprendizado rumo ao ONA 3, o nível de excelência em gestão.
“Os níveis serviram para que as organizações incorporassem métodos de gestão internamente, métodos de segurança do paciente e assim por diante. Foi um processo educativo para as organizações, que foram construindo sua gestão por meio dos níveis”, conta Jaqueline Gonçalves, que foi gerente de Normas e Sistemas da ONA entre 1999 e 2014.
Os princípios norteadores de cada um dos níveis não mudaram ao longo desses 20 anos. O nível 1 manteve o foco nos padrões e requisitos que envolvem segurança; o 2 é dedicado aos processos e à gestão integrada; já a fase 3 atesta a excelência em gestão da instituição. Porém, com o passar dos anos e o amadurecimento das organizações de saúde, a ONA se tornou mais rigorosa em relação aos critérios que compõem cada um desses níveis. Em outras palavras, o nível 1 do começo da década passada nada se assemelha com o que é requerido pelo mesmo selo atualmente.
Percepções
Ao conquistar a chancela ONA, não importa o nível, a entidade de saúde sinaliza ao seu público o compromisso com padrões reconhecidos de qualidade e segurança. Nas instituições acreditadas, os pacientes, por exemplo, podem desfrutar de um ambiente mais seguro. Os médicos, por sua vez, se sentem mais confiantes para realizar procedimentos em uma organização com processos certificados e por saberem que o paciente está bem assistido. A percepção também se estende aos fornecedores, pois continuar prestando serviço a uma entidade certificada significa preencher os requisitos necessários para tal – o que começa a ser aferido já no nível 1.
“Uma organização acreditada na metodologia ONA trabalha internamente a gestão de qualidade na assistência, a segurança do paciente e a avaliação de risco em vários processos. Quando uma instituição é certificada, transmite ao mercado segurança nessas questões”, analisa Andrea Righi, gerente de certificação da ONA.
O ambiente dentro das instituições e a participação dos colaboradores nos processos também se transforma ao avançar dos níveis. Se na avaliação do nível 1 e 2 os profissionais tendem a ser mais receosos, na conquista pelo nível de excelência eles são mais proativos e querem mostrar as melhorias incorporadas.
“No nível 3, além da maturidade institucional, toda a parte de gestão iniciada no nível 2 deve estar mais aprofundada. Exigimos que a organização tenha ciclos de melhoria do que ela gerenciou no passado e que implemente novos processos. É um ciclo proativo de melhoria de processos”, explica Righi.
Os três níveis de acreditação da ONA são reconhecidos internacionalmente e certificados pela International Society for Quality in Health Care (ISQua).