Brasil contabiliza quase 300 mil erros na assistência à saúde em um ano, no Amapá 416 incidentes foram notificados
Entre agosto de 2023 e julho de
2024, o Brasil contabilizou 295.355 mil falhas na assistência à saúde. Os dados
foram levantados pela Organização Nacional de Acreditação (ONA), com base em
informações fornecidas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Entre as ocorrências mais graves
estão a administração incorreta de medicamentos, seja por dosagem ou tipo
errados, e a realização de cirurgias em locais equivocados no corpo dos
pacientes.
Além disso, destacam-se casos de
lesão por pressão, divididos em três tipos: contusão (lesão dos tecidos moles
causada por trauma), entorse (alongamento dos ligamentos) e luxação,
considerada a mais grave, em que há deslocamento do osso da articulação. Esses
dados refletem a seriedade das falhas no sistema de saúde brasileiro e o
impacto que podem ter na segurança do paciente.
No Amapá foram notificados 416
incidentes. As falhas envolvendo cateter venoso foram de 115 casos; falhas de
assistência à saúde, 88 e lesão por pressão, 71. Existem, no entanto, diversas
medidas que podem ser implementadas para reduzir estes erros e até evitar
óbitos. Uma delas é a implementação de processos de acreditação, que permitem
às instituições adotar protocolos de segurança mais rigorosos para proteger os
pacientes.
Recentemente, a ONA conduziu uma
pesquisa com aproximadamente 100 instituições de saúde, para avaliar a redução
de falhas após Número de incidentes notificados por mês, Amapá, agosto de 2023
A julho de 2024. Brasil contabiliza quase 300 mil erros na assistência à saúde
em um ano, no Amapá 416 incidentes foram notificados a implementação de medidas
de segurança. “Mais de 30% dos entrevistados relataram que as falhas na
administração de medicamentos diminuíram em 51%; os erros na identificação de
pacientes caíram 52%; as infecções hospitalares reduziram 42%; as falhas na
prescrição de medicamentos baixaram 35%; enquanto os problemas de comunicação
diminuíram 37%. Houve ainda uma redução de 33% nas quedas de pacientes nos
leitos e de 45% tanto nas falhas na esterilização de materiais quanto na
manutenção preventiva dos equipamentos”, evidencia a gerente de Operações da
ONA, Gilvane Lolato.
"A obtenção da acreditação é
um processo desafiador que exige comprometimento, disciplina e uma profunda
mudança cultural dentro das organizações. Além de aumentar a segurança no
atendimento médico e na realização de exames e diagnósticos, também traz maior
precisão e confiança tanto para pacientes quanto para profissionais de saúde.
O processo contribui ainda para
minimizar riscos e reduzir falhas operacionais", acrescenta Gilvane. De
acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que ocorram
anualmente cerca de 134 milhões de eventos adversos em hospitais de países de
baixa e média renda, levando a aproximadamente 2,6 milhões de mortes.
O cenário de acreditação no Brasil
- Atualmente, das mais de 380 mil organizações de saúde registradas no Cadastro
Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), apenas 1.932 estão acreditadas.
Deste total, a ONA é responsável por 72,1% das certificações, o que corresponde a mais de 1.500 instituições, sendo 422 hospitais. No entanto, apenas 0,45% das instituições de saúde no Brasil possuem certificação. Dentre as acreditadas, 68,4% são de gestão privada, 22,2% de gestão pública, 8,3% filantrópica e 0,1% são de gestão militar.
Número de incidentes notificados por mês, Amapá, agosto de 2023 A julho de 2024.