ONA premia 74 instituições de saúde no Brasil e apresenta pesquisa inédita sobre acreditação no Brasil
São Paulo, 27 de novembro de 2024 - Como parte das comemorações, a ONA realizou uma pesquisa com as instituições premiadas. Das 74 entidades, 49 responderam, trazendo resultados significativos sobre a relação entre acreditação e segurança do paciente. A segurança do paciente é essencial para reduzir danos e complicações, melhorar a qualidade do atendimento, aumentar a confiança dos pacientes nos serviços de saúde e reduzir custos.
No Brasil, o Anuário de Segurança Assistencial Hospitalar, publicado pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), revela que, a cada minuto, cinco pessoas morrem devido a erros médicos, totalizando quase 55 mil mortes por ano. Desde 2013, o Ministério da Saúde estabeleceu o Programa Nacional de Segurança do Paciente, que inclui protocolos essenciais para garantir a segurança dos cuidados, como: identificação correta do paciente, cirurgia segura, prevenção de úlceras por pressão, higiene das mãos em serviços de saúde, prevenção de quedas e segurança na prescrição, uso e administração de medicamentos.
Para Gilvane Lolato, gerente geral de Operações da ONA, o registro de eventos adversos é essencial para fortalecer a cultura de segurança nas organizações de saúde. Ao documentar e analisar cada ocorrência, as instituições conseguem identificar falhas, aprender com os erros e implementar medidas preventivas para evitar que se repitam. "Esse processo fomenta um ambiente de transparência e aprendizado contínuo, onde a segurança do paciente é prioridade, estimulando uma abordagem proativa para a melhoria da qualidade e o engajamento de toda a equipe em prol de um cuidado mais seguro e eficaz", ressalta.
A história do paciente começa
no preenchimento de seu prontuário. Quando o prontuário não é adequadamente
preenchido, o paciente corre riscos significativos, como erros na administração
de medicamentos e a falta de continuidade no tratamento. De acordo com a
pesquisa realizada pela ONA, 38,1% dos entrevistados relataram uma melhoria
superior a 31% nesse aspecto, após a implementação da acreditação (veja Tabela
1).
Principais falhas de processos que foram reduzidas
com a certificação ONA |
|||||||||
|
- 5% |
6 a 10% |
11 a
15% |
16 a
20% |
21 a
25% |
26 a
30% |
31% + |
Não se
aplica |
Total |
Falhas
relacionadas a cadeia medicamentosa |
4,76% |
2,38% |
7,14% |
14,29% |
9,52% |
4,76% |
47,62% |
9,52% |
42 |
Falhas
relacionadas a cadeia de suprimentos |
2,38% |
9,52% |
9,52% |
7,14% |
14,29% |
7,14% |
47,62% |
2,38% |
42 |
Falhas
relacionadas a gestão de equipamentos |
0,00% |
9,52% |
2,38% |
9,52% |
14,29% |
14,29% |
42,86% |
7,14% |
42 |
Falhas
relacionadas a dispensação de dietas |
2,38% |
4,76% |
2,38% |
7,14% |
7,14% |
9,52% |
35,71% |
30,95% |
42 |
Falhas
no registro em prontuários |
2,38% |
9,52% |
11,90% |
9,52% |
9,52% |
9,52% |
38,10% |
9,52% |
42 |
Falhas
na higienização |
0,00% |
11,90% |
9,52% |
14,29% |
14,29% |
7,14% |
38,10% |
4,76% |
42 |
Falhas
na esterilização de materiais |
0,00% |
9,52% |
0,00% |
9,52% |
4,76% |
7,14% |
45,24% |
23,81% |
42 |
Falhas
relacionadas a gestão de pessoas |
0,00% |
7,14% |
4,76% |
9,52% |
9,52% |
26,19% |
35,71% |
7,14% |
42 |
Total
de empresas participantes |
|
|
|
|
|
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|
|
42 |
Abstenções |
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7 |
Falhas na cadeia medicamentosa e de suprimentos - A pesquisa também revelou que 47,62% dos entrevistados observaram uma redução superior a 31% nas falhas relacionadas à cadeia medicamentosa. Apenas 4,76% informaram uma diminuição inferior a 5%. Já no que diz respeito às falhas na cadeia de suprimentos, 47,62% dos participantes afirmaram ter conseguido uma redução superior a 31%. Enquanto 14,29% relataram uma contenção de falhas de 21% a 25%.
Falhas de higienização -
Outro problema enfrentado pelas instituições são as falhas de higienização, que
frequentemente geram reclamações nas Ouvidorias ou no Serviço de Atendimento ao
Cliente. Com a implementação da acreditação, 38,1% das instituições relataram
uma melhoria superior a 31% nos serviços de higienização. Cerca de 15% dos
respondentes indicaram uma melhoria entre 16% e 20%.
Infecções hospitalares -
Outro fator preocupante para quem utiliza os serviços de saúde no Brasil são as
infecções hospitalares (veja pesquisa da ONA na tabela 2). De acordo com o
Ministério da Saúde, cerca de 14% dos pacientes internados no país adquirem
algum tipo de infecção durante a hospitalização. A gravidade desse cenário é
reforçada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que estima que
aproximadamente 100 mil brasileiros morrem a cada ano em decorrência dessas
infecções. Além disso, um em cada dez pacientes afetados por infecções
hospitalares acaba falecendo.
Na maioria dos estabelecimentos
de saúde, faltam procedimentos e protocolos claros para prevenir esses
problemas graves. Com a acreditação, para 41,86% das instituições que
participaram da pesquisa, os processos implementados com a acreditação
melhoraram mais de 31% . Quase 12%, relatou que os níveis de infecções
melhoraram de 26 a 30% e 2,33% dos entrevistados comentaram que tiveram menos
de 5% de seus índices reduzidos.
Erros de diagnóstico -
De acordo com a OMS – Organização Mundial da Saúde – os erros de diagnóstico
são responsáveis por quase 16% dos danos evitáveis nos sistemas de saúde. A
insegurança no atendimento é um problema significativo de saúde pública,
afetando milhões de pacientes globalmente. Estudos indicam que, em média, 12%
dos pacientes sofrem danos em diferentes contextos de atendimento médico, o que
significa que mais de um em cada dez pacientes é impactado por eventos adversos
causados por cuidados inseguros. Aproximadamente 12% desses eventos resultam em
incapacidade permanente ou morte. Além disso, quase 50% dos danos causados por
cuidados inseguros são considerados evitáveis.
A pesquisa da ONA aponta que, com
acreditação, os erros de diagnóstico reduziram em mais de 31% para quase 33%
dos entrevistados. Outro fato que gera complicações durante a internação é a
queda do paciente no leito. Segundo dados apresentados na Tabela 2,
com a metodologia ONA, para 32,56% dos entrevistados, os índices de queda
reduziram mais de 31%. A queda é uma preocupação nos serviços de saúde do mundo
todo. Estudos internacionais mostram índice de 1,03 a 4,18 quedas a cada 1.000
pacientes internados, enquanto o índice nacional tem uma variação entre 1,7 e
7,2 quedas a cada 1.000 internados.
Cenário de acreditação no
Brasil - Das mais de 380 mil organizações de saúde instaladas no País,
segundo CNES (Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde), 1932 são
acreditadas. Deste total, a ONA é responsável por 72,1% no mercado de
acreditação, o que corresponde amais de 1.400 organizações de
saúde acreditadas, dos quais 422 são hospitais. Deste montante, 0,45% das
instituições de saúde estão certificadas no Brasil. Considerando que 68,4%
(917) são de gestão privada; 22,2% (298) são de gestão pública; 8,3% (111) de
gestão filantrópica e 0,1% (gestão militar).
Atualmente, 61% das instituições
acreditadas pela ONA estão concentradas na região Sudeste. O Sul é responsável
por 12,7%; Nordeste 12,1%; Centro-Oeste, 11,4% e Norte por 2,8%.
Tabela 2
Quais as principais falhas assistenciais que foram
reduzidas com a certificação ONA? |
|||||||||
|
- 5% |
6 a 10% |
11 a
15% |
16 a
20% |
21 a
25% |
26 a
30% |
31% + |
Não se
aplica |
Total |
Falhas
na prescrição de medicamento |
4,65% |
11,63% |
|