O impacto da Acreditação na Gestão de Equipamentos
O processo de acreditação desempenha um papel significativo na gestão de
equipamentos em organizações de saúde. Acreditação é um processo voluntário
pelo qual uma organização busca obter reconhecimento oficial de que ela atende
a padrões e requisitos específicos de qualidade e segurança estabelecidos por
uma entidade acreditadora reconhecida. Esse processo tem um impacto positivo na
gestão de equipamentos em organizações de saúde de várias maneiras:
Padronização
e melhoria da qualidade: O
processo de acreditação geralmente exige que as organizações de saúde adotem
padrões de qualidade e segurança específicos para seus equipamentos. Isso
incentiva a padronização dos processos de gestão de equipamentos, promovendo a
uniformidade e a conformidade com as melhores práticas. Através da
implementação de padrões rigorosos, a acreditação busca melhorar a qualidade
dos equipamentos utilizados nas organizações de saúde, garantindo que eles
estejam em conformidade com as normas estabelecidas.
Gestão
eficiente de equipamentos: A
acreditação incentiva a implementação de sistemas eficazes de gestão de
equipamentos. Isso inclui a adoção de políticas e procedimentos adequados para
aquisição, rastreamento, manutenção, calibração, descarte e substituição de
equipamentos. Ao estabelecer diretrizes claras e processos bem definidos, a
acreditação ajuda as organizações de saúde a gerenciar seus equipamentos de
forma mais eficiente, garantindo que eles estejam disponíveis quando necessários,
em bom estado de funcionamento e seguros para uso.
Segurança
do paciente: A acreditação
visa garantir a segurança do paciente, e isso se estende aos equipamentos
utilizados nas organizações de saúde. Através do cumprimento dos padrões de
segurança estabelecidos pela entidade acreditadora, as organizações são
incentivadas a realizar manutenção regular, inspeções e testes de segurança em
seus equipamentos. Isso reduz o risco de falhas ou danos aos equipamentos
durante o uso, minimizando assim os riscos para os pacientes.
Confiança
e reputação: A conquista
da acreditação é um indicador de qualidade e segurança para os pacientes,
profissionais de saúde e partes interessadas. Ela demonstra que a organização
está comprometida em fornecer cuidados de saúde de alta qualidade e que seus
equipamentos estão em conformidade com os padrões estabelecidos. Acreditações
reconhecidas são frequentemente vistas como uma marca de excelência e podem
ajudar a estabelecer a confiança dos pacientes na organização e sua reputação
no setor de saúde.
Em resumo, o processo de acreditação desempenha um papel fundamental na
gestão de equipamentos em organizações de saúde, promovendo a padronização, a
qualidade, a segurança do paciente e a eficiência na utilização dos equipamentos.
Ele contribui para a melhoria contínua dos processos de gestão de equipamentos
e ajuda a fortalecer a confiança dos pacientes e das partes interessadas na
organização.
Diante deste contexto a ONA realiza várias ações para fomentar cada vez
mais a acreditação nestas organizações de saúde.
Uma delas, realizada recentemente, foi um webinar para discutir acerca da
acreditação em saúde com foco na Gestão de Equipamento, tanto como empresa, mas
também como processo.
Na ocasião tivemos a oportunidade de conversar com dois especialistas. Confira
a seguir o que eles nos trouxeram.
Ricardo Maranhão é presidente executivo da Associação Brasileira de
Engenharia Clínica (Abeclin). Engenheiro eletricista com especialização na área
de Engenharia Clínica atua na área há 27 anos. É Diretor Executivo da empresa
Orbis Engenharia Clínica e Hospitalar com atuação em mais de 180 clínicas e
hospitais em todo o país. A Orbis é a primeira empresa a obter o selo de
qualificação ONA de engenharia clínica no Brasil.
Ricardo explica por que a Orbis buscou a certificação ONA. A empresa foi
convidada em 2019 para ser piloto do Manual de Qualificação da Organização
Nacional de Acreditação 2020. Essa oportunidade, segundo Maranhão, motivou
ainda mais a Direção a buscar excelência nos serviços e processos da empresa.
Ele afirma que diante da confiança que a ONA depositou na Orbis para testar o
piloto, a empresa se sentiu desafiada em buscar a excelência para os seus
processos. Com isso, foi lançado o desafio para a equipe de conquistar o selo
da ONA, garantindo a qualidade e segurança na instituição. Ricardo faz questão
de ressaltar: além do desafio de conquistar o selo, a intenção era ser a
primeira empresa de engenharia clínica no país a ter a qualificação da ONA, que
havia lançado o selo para as facilities, entre elas engenharia clínica.
O Diretor Executivo da Orbis diz como a direção começou a preparar a
empresa e a motivar a equipe para fazer parte desse processo de aprimoramento
contínuo, contribuindo para o desenvolvimento das diretrizes e critérios de
avaliação da ONA. Ricardo diz que foi contratada uma consultoria na área de
qualidade, além de uma IAC (Instituição Acreditadora Credenciada) para auxiliar
no aperfeiçoamento dos padrões de qualidade em mais de 800 requisitos exigidos
no manual. Maranhão explica que para receber o selo de Qualificação ONA, os
prestadores de serviços precisam cumprir uma série de requisitos que avaliam
critérios estruturais, de gestão, administrativos, de equipamentos e de
segurança. Outro ponto importante é que o manual permeia diversos setores e
departamentos da empresa, desde o seu planejamento estratégico até o
atendimento ao cliente. Apesar de não possuir um caráter de fiscalização,
ressalta Ricardo, a avaliação permite que os gestores identifiquem pontos
fortes e fracos da empresa, além de otimizar recursos e abrir oportunidades de
melhoria e crescimento.
Entre as ações importantes para a conquista do selo ONA, Ricardo detalha
a contratação de sistema de gestão, financeiro, na área de pessoas e de novas
tecnologias. Houve a estruturação de setores como o da qualidade, que passou a
ser essencial para o acompanhamento dos processos. A empresa implantou as
políticas, código de ética, planos, entre outros documentos, que definiram
melhor as diretrizes estabelecidas. A área administrativa ganhou maior robustez
para melhor organização e apoio à equipe da engenharia que fica na ponta.
Segundo Ricardo, a Orbis também ampliou o número de indicadores e estendeu para
todas as áreas da empresa permitindo acompanhar o desenvolvimento do negócio,
identificar falhas ou erros em processos, motivar a equipe em busca de
resultados e melhorar os processos continuamente.
Com a conquista do Selo de Qualificação da Organização Nacional de Acreditação, a Orbis passou para um patamar de qualidade muito maior do que o esperado, diz Ricardo. Agora o padrão dos serviços está ainda mais visível aos clientes. Além disso, ser a primeira empresa a conseguir a qualificação no Brasil foi algo muito desejado por todos da Orbis. O certificado se tornou um mecanismo para demostrar aos clientes o compromisso da engenharia clínica com a segurança do paciente. E a chancela inédita foi recebida com muita alegria e motivação nas unidades de saúde. Segundo Ricardo, os gestores ficaram felizes em saber que seus estabelecimentos possuem um serviço de engenharia clínica com certificação ONA. Isso reflete na vida de milhares de pessoas que são atendidas diariamente nos hospitais. O certificado é uma forma de reforçar o compromisso diário da engenharia clínica em oferecer o melhor serviço na área da saúde. Finaliza, Ricardo.
Arthur desempenha a função de gerente de infraestrutura no Hospital
Estadual de Urgências da Região Noroeste de Goiânia (HUGOL), uma instituição
hospitalar administrada pela Associação Goiana de Integralização e Reabilitação
(AGIR), que é especializada no atendimento de casos de urgência e emergência. O
hospital possui uma estrutura com mais de 512 leitos ativos, incluindo 97
leitos de terapia intensiva (UTI), além de oferecer especialidades como
neurocirurgia para adultos, pediatria e neonatologia, bem como serviços de
cardiologia, incluindo cirurgias cardíacas em adultos, pediatria e
neonatologia. O HUGOL também abriga um centro especializado no tratamento de
queimaduras e realiza aproximadamente 300 cirurgias urológicas mensalmente. É
importante ressaltar que o HUGOL obteve a certificação de nível 3 da
Organização Nacional de Acreditação (ONA) desde 2022.
Arthur destaca a consolidação das políticas da AGIR em relação à
conformidade, qualidade e responsabilidade, que englobam o cumprimento das
exigências legais. Ele ressalta a importância da engenharia clínica,
mencionando a norma NBR 15943 e a Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) 509. A
RDC 509 estabelece requisitos claros, como a elaboração de um plano de
gerenciamento, o gerenciamento de riscos, a educação continuada, a
rastreabilidade, a garantia de segurança, o descarte adequado, a
responsabilidade técnica, entre outros aspectos, que também são contemplados no
manual da ONA.
Arthur reforça que os engenheiros clínicos devem se dedicar a atender a
esses requisitos, independentemente da busca por certificação do hospital,
mantendo sempre o foco na segurança dos pacientes. Ele destaca que uma
engenharia clínica bem estruturada e qualificada desempenha um papel
fundamental na garantia da segurança hospitalar. Arthur compartilha a
trajetória do HUGOL em direção à certificação e ressalta a importância do
amadurecimento dos processos e o estabelecimento de uma cultura de melhoria
contínua.
Ele menciona os benefícios de seguir corretamente as etapas do processo,
realizar uma avaliação interna detalhada e destaca a importância da avaliação
diagnóstica. Ele sugere aproveitar ao máximo o conhecimento dos avaliadores
durante essa etapa e estar aberto a mudanças, deixando de lado a vaidade.
Arthur ressalta a importância de aprimorar os processos e consolidar práticas a
cada ciclo, enfatizando a busca constante pela melhoria. Ele destaca:
"Devemos questionar nossos processos e sempre buscar aprimorá-los."
Arthur também aborda a gestão de mudanças e ressalta a necessidade de mapear os processos para avaliar adequadamente as melhorias implementadas. Sem um mapeamento adequado, não é possível mensurar e ter certeza de que as mudanças realmente trouxeram benefícios. Ele enfatiza a importância do gerenciamento de riscos como um dos principais processos e destaca a necessidade.
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das empresas participantes do Webinar:
Orbis Engenharia Clínica e Hospitalar
Hospital Estadual de Urgências da Região Noroeste de Goiânia (HUGOL)